quarta-feira, 15 de julho de 2009
Conclusão do exercício reflexivo
Texto Base: FÁVERO, Leonor L. ANDRADE, Maria Lúcia C. V. AQUINO, Zilda G. O. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. 6. Ed., São Paulo: Cortez, 2007
1) a) Atividade na qual interagem dois ou mais interlocutores que se alternam constantemente, estes interlocutores organizam suas falas e se alternam sem uma disposição fixa. Este encontro pode ser relativamente simétrico ou assimétrico. O primeiro condiz a ambos os interlocutores terem o direito de dispor o tópico discursivo, estabelecer o tempo de participação, etc. Já o relativamente assimétrico caracteriza-se por um dos interlocutores começarem o diálogo, conduzi-lo, etc.
Não podemos esquecer que toda atividade conversacional tem um caráter interativo.
b) As variáveis são: Tópico ou assunto: é o tema da conversa, o que se comenta no diálogo entre os participantes.
Situação: É a ocasião da conversação onde os participantes se comunicam verbalmente e/ou não. Pois além do que está sendo falado, os gestos e expressões podem afetar a conversação. Por isso os participantes devem estar atentos a todos os detalhes.
Papéis dos participantes: É o comportamento, determinado pela situação, dos participantes. É a partir disso que a linguagem vai se adaptar. Ex.: No trabalho nos comportamos de uma forma e durante uma recreação de outra.
Modo: É a forma como a linguagem se mostra, dependendo do contexto. Dependendo, o discurso pode ocorrer formal ou informalmente.
Meio: É o canal de comunicação por onde ocorre a conversa. Pode ser: face a face, via telefone, internet, etc.
2)a) Interação entre pelo menos 2 falantes;
b) Ocorrência de pelo menos uma troca de falantes;
c) Presença de uma seqüência de ações coordenadas;
d) Execução num determinado tempo;
e) Envolvimento numa interação centrada.
Para interagir numa conversação, é necessário que os participantes consigam inferir do que se trata e o que se espera de cada um. As características apresentadas permitem salientar que o texto conversacional é criação coletiva e se produz não só interacionalmente, mas também de forma organizada, ainda que haja cortes, interrupções, retomadas, sobreposição, etc.
3) Nível Local: A conversação acontece em pares e os interlocutores se alternam nas falas e as desenvolvem um após o outro, podendo haver, por exemplo, momentos de hesitação e sobreposição.
Ex: F1: Oi João! Ontem eu bem vi a Marcelle no shopping, porque você não foi?
F2: Por que você não quis ir.
F1: Por que você não quis ir?
F2: Porque eu fui jogar bola com meu pai no clube.
Nível Global: Os locutores geralmente têm um vínculo afetivo, por isso um tema iniciado numa conversa pode desencadear outro assunto e repentinamente o assunto inicial pode ser retomado.
Ex: F1: Oi Diego, você ouviu o que a professora disse?
F2: Ouvi sim, ela quer que façamos as três folhas de exercício e entreguemos semana que vem, vê se pode?
F1: Por isso que a professora de Artes é considerada uma professora super boa.
F2: É verdade, ontem a gente estava conversando sobre as flores. Eu até disse que minha avó tem um jardim lindo, com margaridas e tulipas vermelhas.
F1: Mas então vamos fazer o exercício juntos?
F2: Por mim tudo bem.
4) Coesão referencial: é a repetição do mesmo item lexical, isso revela a falta de agilidade na busca de melhor expressão ou um recurso para continuar o diálogo.
Exemplo:
F1:O que está acontecendo Nelminha?
F2: É que o Pedrinho sempre vai a escola de carro, hoje o carro quebrou e ele parece que não sabe ir de ônibus. Se ele sempre fosse a escola de ônibus ele iria saber, mas essa história de sempre ir de carro, quando o carro quebra é isso, essa moleza.
F1:Umm...acho que entendi.
Coesão recorrencial – é a presença da paráfrase como elemento coesivo.
Ex:F1:Eu já estudei toda a matéria do livro de matemática e português hoje.
F2: Então você está fera para a prova de amanhã?
F1:Sim.
Coesão seqüencial – pode ser observada a partir dos conectores.
Exemplo:
F1: Aqui na escola sempre tem confusão, mas não é bagunça né?
F2: Ah é né, só porque é público o povo pensa que tem 24 horas de confusão mesmo. (risos)
F1: (risos) É né...e pior que a gente é que paga o pato né? A gente é quem leva a fama.
5) Turno – É a produção da conversa por um determinado interlocutor, sendo que há sucessão de turnos, ou seja, trocas nas falas. Ora um ouvinte, o outro falante e vice-versa. Turno é qualquer intervenção de falantes.
F1: Ontem a aula foi muito boa e...
F2: E eu sei que eu perdi a professora imitando sapo.
F1:Quem contou pra você?
F2: A própria professora.
Tópico discursivo – “aquilo sobre o que está se falando” assunto da conversa.
Ex:
F1: Quem vai levar:
F2: Eu! Porque cheguei primeiro.
F3: Eu não queria levar nada mesmo.
F1: Umm...pode me ajudar com a minha bolsa se quiser.
F3: Tá, eu quero Tia.
Marcadores conversacional – servem para designar não só elementos verbais, mas também prosódicos (o riso, o olhar, a gesticulação) e não-lingüísticos (assim como as pausas) que desempenham uma função interacional qualquer na fala.
F1: Atchin!
F2: Saúde!
F1:Obrigado!
F2: Alergia?
F1: Cof cof cof...não, não, resfriado mesmo.
Par adjacente: pergunta-resposta, convite-aceitação ou recusa, pedido-concordância ou recusa, saudação-saudação. Elemento básico da interação.
F1: Você foi a aula ontem?
F2: Não e você?
F1: Não, mas eu vou hoje.
F2: Ah que bom, vamos nos ver lá.
O texto nos mostrou que oralidade e escrita se relacionam sim, mas que há uma estrutura complexa por trás de cada um. Assim, o estudo da fala para nós enquanto alfabetizadores de privilegiar a língua falada,e no decorrer deste processo nos habilita a mostrar aos nossos alunos a variedade do uso da fala, que existem vários níveis (formal, informal) e suas modalidades (escrita e falada).
Alunas: Lidiane Silva de Sant' anna
Priscila Rainho
Eliane Martins
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